quinta-feira, 17 de junho de 2010

Não esperava menos de dela.



Olhar funesto, frio e desolador, escondido sobre a manta que te cobre o rosto, escura, grossa, antiga, castigada, um trapilho que ha muito traz consigo, o sinal do tempo que passou, rasgada, pequenos buracos, foram as traças? fora o tempo? Tanto faz.
A roupa é exatamente como sempre sonhei, um manto enorme por sobre sua existência, parece planar sobre o chão, não vejo pés, nem a menos os quis ver.
Seu olhar me encantou, frio,vazio, me retirou todo o vestígio de esperança, o ar ao seu redor, causando o frenesi de uma solidão que não se parece passar, não se acredita que passará, como o convite para um caminho sem volta.
Não acreditando ainda, procurava em suas mãos, porem somente encontrei sua sombra por traz de seu manto, curvada no escuro, por sobre a cabeça, me fez lembrar a lua minguante, porem ao contrário, sua lâmina, castigada pelo tempo, porem brilhante e acima de tudo hipnotisante...
Foi exatamente o momento em que senti a agônia que achei ser capaz de suportar.
Mas minhas veias foram tomadas por um golpe gelado, como se o sangue me fosse extraido, o palpitar do coração por um instante não senti, o desespero tomou conta, pensei em correr, mas qual seria o motivo? Nunca havia sentido anda assim, tomei coragem de continuar, porém não haveria mais nada.
Em seguida o movimento de suas mão, o olhar perdido em mim, como se capaz de me traspor, um instante, um movimento, rapido e sorrateiro, poré a mim, foi a visão maior e mais dolodoras que poderia ter, a lâmina sendo movida por traz da vestimenta, um movimento preciso do pulso, tentei ver se era carne ou osso em sua mão, porém coragem não existia naquele instante.
A cada milimitro, que ganhava o movimento da foice, uma lembrança boa ou ruim, tanto faz, me retornava a mente, a cada instante a sensação de um fim esperado e inesperado, algumas duvidas seriam respondidas finalmente... ( onde irei agora? ELE existe realmente?). O medo, e o pavor, ao mesmo tempo se condicionavam em alívio...
Aquela fração de segundo parecia não ter mais fim, quando a ela encostou em meu pescoço, e senti o primeiro vestigio da dor que sentiria ou não, enfim, acordei, e lamentei profundamente por ser apenas um sonho... apenas um sonho...