quarta-feira, 28 de março de 2012

Será que sonhei isso???

O ceifador nunca atendeu aos pedidos, desde os tempos não marcados apenas segue o destino...
Uma visão da existência o fez ao menos querer um dia, somente um dia mudar a própria escrita...
Uma moça perturbada por suas dores em vida, dores aquelas que o amor causa o chamou atenção, sua busca por ele era incessante, mas assim como a maioria das flores não desabrocham antes da primavera, esta não teria esse encontro assim como queria.
Mas em uma visão perturbada da realidade eis que surge algo incrivelmente descrente.
A moça, sem nome, em mais uma das tentativas de encurtar seu caminho, repleta de cicatrizes nos pulsos, e vários frascos de remédios guardados, tem a visão mais surpreendente de sua vida. Digna de seus piores pesadelos e desejos.
Em seu quarto, o palácio de suas dores, diante da janela, que apenas dava para ver a lua através das lagrimas da moça que não as conseguia mais conter.
Sem mais delongas, quem sabe a descrição consegue reproduzir o sentimento dela... Ao lado da janela um vulto negro e de tamanho considerável, mas não se tratava apenas de uma sombra, como a feita através da luz de uma vela que é interceptada por um objeto, era mais que isso, um manto negro que cobria a figura de cima a baixo, não se reconhecia rosto, mãos, nada, apenas sabia que não estava só.
O frio sentido não apenas por ser noite, mas a presença ilustre traduzia o clima e o sentir da moça ali presente.
A moça levantasse de sua cama, e totalmente incrédula apenas da um passo em direção a janela, percebe o frio, que já sentia, e este não vem da noite, vem de seu quarto. O medo já não existia... Mas o silencio tétrico tornava cada segundo um nascer de dia... e uma duvida diferente.
O silencio se quebra com apenas uma pergunta, vinda das profundezas do manto negro:
“Não é sua hora, qual o motivo de querer me encontrar tanto?”
A moça: “Decidi por mim escolher a maneira de acabar com minha vida, pois tinha perdido o controle desse situação”
A voz que sai do manto: “Não há como ter esse controle, a decisão não será sua.”
A moça sem nome: “ E ate agora não foi, sempre acreditei no amor e em todas as suas faces, mas o que descobri foi que o amar torna frágil a racionalidade, tantos foram os momentos que eu perdida em meus sentires, apenas consenti a esse amor, e foram as noites que perdi de sono, os telefonemas que não foram atendidos, não sou pequena a ponto de não saber que iria superar isso, mas este amor prometido desde os tempos, fez comigo vitima, de minha escolha, tive que escolher entre amar, e me amar, e a decisão foi essa, hoje tenho marcas em meu corpo, desacredito em palavras, e não sei como isso aconteceu pois foram elas as palavras que me fizeram crer no amor. Entre as dores que causei ao meu corpo nenhuma se compara a que me causaram, e se morrer for uma escolha que eu morra hoje para ao menos acreditar que uma vez o caminho que eu escolhi, me leva a o lugar que quero, e não ao que me jogaram como copo descartável, se o amor faz isso com outras pessoas tampouco me importa, mas que ao menos uma vez eu seja livre para escolher meu destino.”
A voz que sai do manto: “O amor não é certeza, e sempre será duvida, morrer por isso não é morrer é fugir, sua dor nunca será maior que seu caminho. Se você pensa assim, foi perda de tempo vir aqui, o amor e a maior duvida que pode existir, pois e só olhar para o lado aqueles que acham que conhecem o amor são considerados loucos. Enquanto banalizar sua vida, o amor não será uma recompensa e sim uma dor, e maior do que você pode suporta, apenas ouça, o amor e quilo que você nunca terá por completo mas o pouco que tiver dará sentido a sua vida, e não morrer...”
No instante seguinte a moça desperta. Ou não...

domingo, 25 de março de 2012


Não sentia mais dor, parecia ter acabado, um sopro de esperança surgiu, a guilhotina da vida cortou mais uma cabeça vazia, no instante primário as perolas se confundiam com as gotas de orvalho, a felicidade pairava em aguas turvas, como se as gota de agonia que pingavam junto com as lagrimas de lamentação pudessem virar vapor... Quando percebi a lamina da racionalidade cortou novamente o fio delgado de acalentos, o que me segurava à beira da duvida... Enfim, senti com toda a intensidade de um abraço e toda a receptividade da noite, esse frio tétrico, funesto. Em negação própria percebi, minha duvida, minha agonia, ate que a noite caia novamente pões a escuridão retornou, mesmo que o dia volte a nascer.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Acho que não estou mais fazendo sentido...
Acho que queria me fazer sentir...
Acho que não entendo o que eu falo...
Acho que falo sobre o que não entendo...
Acho que me atirei em um buraco...
Acho que sou a escada para sair dele...
Acho que estou te esperando...
Acho que uso isso como desculpa...
Acho que perdi a vontade de ir...
Acho que você me faria voltar...
Acho que o que disse agora é desnecessário...



Por agora dentre tudo o que acho a unica certeza e que não esta certo...
Me conheco quando chego ate aonde não sei... se ira perdurar, ou se continuara a escuridão, a unica luz, sempre esta apagada, e sempre faz sentir frio...
Enquanto houver vida haverá dor.

sábado, 10 de março de 2012

Decidi não tentar, apenas sentir, e percebi, não tenho tudo o que quero, da mesma maneira que não quero tudo o que tenho, a resposta é clara, não quero mais... Eu tentei ate conseguir ter certeza, não quero mais.

quinta-feira, 1 de março de 2012


Olhei para a noite, e senti aquele vazio, uma sombra me acompanhou, apenas ela, enquanto a agonia do existir se fazia mais forte, mas no instante seguinte, pairou a penumbra, a própria sombra se foi, percebei, e me tomou o vazio... Aquela sensação maior, os gritos, os sussurros, as vozes, tudo me consumia, não havia mais ninguém, dentro de mim, as dúvidas, as perguntas, criaram as vozes, não sabia para aonde me levariam, e o que me fariam sentir, tentei fechar os ouvidos, minha mente viajou as minhas próprias trevas, e me entregou ao meu maior pesadelo, a solidão tomou forma, olhou para meus olhos, um olhar frio e vazio, sem perceber entendi, o vazio em mim, assim como o medo, a angustia, e a dor, são culpa minha...